domingo, 31 de março de 2013
aviso final
Pessoas
na aula desta segunda-feira, dia 1º de abril, todas deverão entregar os trabalhos finais. faremos um bate papo sobre os trabalhos e na turma da noite teremos a performance de um aluno. é a forma como ele apresentará o seu trabalho, além de ter produzido um texto.
abrs
sexta-feira, 15 de março de 2013
AVISO URGENTE - turma da tarde
Oi pessoas
Raquel não poderá estar em sala de aula na próxima segunda-feira de tarde, dia 18, para orientar os trabalhos e eu estarei, como disse, eu uma reunião em Brasília. Por isso, a turma da tarde mande suas dúvidas para o mail da Raquel ou vá na aula da noite, na sala 203, para solucionar dúvidas com ela. Na próxima semana, dia 25, eu estarei nas turmas para a última semana de orientações.
O mail da Raquel é raquelflorence@gmail.com
beijos, leandro
Raquel não poderá estar em sala de aula na próxima segunda-feira de tarde, dia 18, para orientar os trabalhos e eu estarei, como disse, eu uma reunião em Brasília. Por isso, a turma da tarde mande suas dúvidas para o mail da Raquel ou vá na aula da noite, na sala 203, para solucionar dúvidas com ela. Na próxima semana, dia 25, eu estarei nas turmas para a última semana de orientações.
O mail da Raquel é raquelflorence@gmail.com
beijos, leandro
segunda-feira, 11 de março de 2013
E assim fechamos o nosso semestre
E assim fechei hoje as aulas do semestre de estudos das subjetividades ao falar um pouquinho de minha vida e lembrar: “Nunca perca sua graça, isto é, os poderes de uma canção” (Deleuze, em carta para Suely Rolnik).
http://www.youtube.com/watch?v=9--MWT-hEFA
Endereço do meu blog
Pessoas, para quem ainda não conhece, o meu blog pode ser acessado em http://www.ibahia.com/a/blogs/sexualidade/
Lá vcs podem conferir como me aproprio de alguns conceitos de Freud, Foucault, Deleuze, Butler e outros autores/as
abrs
Lá vcs podem conferir como me aproprio de alguns conceitos de Freud, Foucault, Deleuze, Butler e outros autores/as
abrs
Texto lido em sala hoje
Análise de conto de Machado de Assis através de reflexões de Deleuze e Cia.
http://www.scielo.br/pdf/pe/v5n1/v5n1a03.pdf
http://www.scielo.br/pdf/pe/v5n1/v5n1a03.pdf
quinta-feira, 7 de março de 2013
Nosso último texto
Oi pessoas
o nosso último texto, a ser discutido na próxima segunda, dia 11 de março, está em http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/deleuze-esquizoanalista/
o nosso último texto, a ser discutido na próxima segunda, dia 11 de março, está em http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/deleuze-esquizoanalista/
terça-feira, 5 de março de 2013
mais um trabalho mb
Rafael Rodrigues
Introdução
O presente trabalho
busca analisar o impacto das discussões em sala, textos lidos e filmes
visualizados sobre a minha subjetividade, a partir do componente Estudo das
Subjetividades. O trabalho está dividido em etapas, sendo que cada uma analisa
esse impacto a partir de cada aula e sua respectiva leitura. Em alguns momentos
trarei, para melhor contextualizar, tanto momentos da minha vida, como o que
foi discutido em sala.
Estudo das Subjetividades – 03/12
O complexo de Édipo criado por Freud realmente surpreende e rompe
barreiras e tabus. Pensar a relação com os pais como uma relação onde existe
desejo sexual seria inimaginável pra qualquer um. “O complexo de Édipo não é
uma história de amor e ódio entre pais e filhos, é uma história de sexo, isto
é, uma história de corpos que sentem prazer em se acariciar, se beijar, se
morder”. Pra mim, a teoria do Édipo parece se encaixar em algumas coisas.
Sempre me perguntei de onde surgia tanta repressão dos desejos sexuais do ser
humano. Para Freud, começa na infância, quando reprimimos nosso desejo pelos
nossos pais. Claro, que na nossa mente atual, parece impossível pensar nesse
tipo de desejo quando crianças, principalmente se tratando de nossos pais. Mas
por que não? Talvez essa repressão de quando criança tenha sido tão forte, que
tenhamos até dificuldade de pensar nisso hoje. O autor do texto da aula de
hoje diz que o Édipo é um conflito entre
a exaltação de desejar e o medo de se consumir nas chamas do desejo. E pensando
bem, somos assim até hoje, como adultos. Vivemos constantemente numa gangorra
entre reprimir nossos desejos e se entregar a eles, mesmo que de forma
escondida e sentindo culpa. A base da nossa sociedade é o refreamento de nossos
impulsos. A teoria diz que é no Édipo que desenvolvemos o pudor, a culpa e o
senso moral. E é exatamente a sexualidade que mais nos traz esses sentimentos.
Temos medo dela, de mostra-la, e o Édipo, pelo menos pra mim, parece uma explicação
que fez sentido. Não que eu vá ser grande defensor dela, mas só acho que faz
sentido mesmo.
Por exemplo, ele diz que o menino
no Édipo rivaliza com o pai. Me pergunto se a minha relação com meu pai, que de
certa é de rivalidade, se deve por conta do Édipo. Nunca consegui explicar
direito a mim mesmo tal problema, mas nessa teoria, consigo dar sentido a ele.
Mesmo assim, realmente não consigo imaginar o menino tendo medo de ser
castrado. Mas parando pra pensar no exemplo do futebol (jogadores na barreira),
porque será que é o penis a parte que mais protegemos no corpo?
Sempre observei também como os
homens sempre são mais próximos da mãe, e as mulheres do pai. Esses dias estava
observando a relação de minha namorada com os pais. É interessante ver como com
o pai ela abraça e beija muito mais do que o faz com a mãe. Será que é por
conta de algum desejo sexual da infância, que nem temos a menor ideia da
existência? E o mesmo vale pra mim, que sou mais próximo de minha mãe.
Ainda me pergunto como será que
se desenvolvem os problemas de relacionamentos posteriores ao Édipo, como
homens que tem dificuldade de relacionamento, por exemplo. Que tipo de relação
com esse desejo com os pais gera esses problemas depois. O texto diz que é a
partir do Édipo que se forma a identidade sexual do homem. E sobre mim, me
pergunto se a minha timidez tem alguma coisa a ver com isso também. Penso que
pode ser por alguma dificuldade na relação com minha mãe. Porque, pensando bem,
sou mais próximo dela do que de meu pai, mas nem sou tão próximo assim de minha
mãe. Na verdade, sou meio distante dos dois. Talvez por isso seja distante das
pessoas, em geral. Mas nem sei se isso tem a ver com o Édipo.
Estudos das Subjetividades – 10/12
Hoje assistimos ao filme Cisne Negro. O propósito era analisar, a partir
da história da protagonista do filme, o Complexo de Édipo na menina. Essa
protagonista, Nina, tinha claramente dificuldade de viver sua sexualidade, que
foi completamente reprimida, graças a sua mãe. A mãe, frustrada com sua própria
carreira como bailarina, sonha que a filha viva a vida que ela não conseguiu,
como bailarina de grande sucesso. Tem êxito até certo ponto, pois a menina
realmente sonha com tal carreira de sucesso, e em parte já a tinha mesmo antes
de conseguir o papel da Cisne Rainha. Porém, pra conseguir esse papel, ela vai
precisar começar a viver a sexualidade que foi tão reprimida. Talvez a menina
não tenha a sexualidade aflorada também pela ausência de um pai, já que para
Freud, o pai é símbolo de desejo da menina em sua infância. Além dessa
ausência, a mãe impede que esses desejos surjam, para assim, poder ter um maior
controle sobre os sonhos da menina. Em todo o filme, a mãe aparece como aquela
que impede a menina de sexualizar. Com a ajuda de Lily, e principalmente do
diretor do balé, que irá simbolizar o papel do pai, daquele que desperta a
sexualidade nela, ela passará a sentir mais o desejo de corpo. Porém, ela não
aguenta tal mudança, e enlouquece, passando a ter varias alucinações.
Sem ter contato com essa teoria,
é difícil imaginar algum tipo de relação de sexualidade com nossos pais. Pra
mim a teoria parece fazer certo sentido quando por exemplo, presto atenção em
minha namorada. Realmente vejo que ela tem uma proximidade muito maior com o
pai. Eles se tocam, se abraçam e beijam com muito mais frequência do que ela
faz com a mãe. Freud diz que a menina rivaliza com a mãe, e realmente, se
prestar atenção, acho que ela de alguma forma rivaliza realmente com a mãe,
assim como consigo me enxergar rivalizando com meu pai. E ao mesmo tempo,
enxergo a todo tempo como as crianças parecem gostar mais do pai de sexo
oposto. Minha mãe essa semana me contou de um casal amigo dele que estava
brigando, quando a filha de 4 anos interrompeu e disse para a mãe, “Para de
brigar com ele, se não eu vou embora com meu pai”. Ela não falou de uma forma
como se realmente fosse embora com ele, mas fico pensando porque ela prefere ir
com o pai do que a mão. E aí o Édipo parece fazer sentido mesmo.
Me parece que pensar uma
sexualidade relacionada aos pais, para muita gente, tira um pouco da beleza que
temos em mente do que deveria ser a relação perfeita com nossos pais, por isso
muitas pessoas parecem resistir as ideias dessa teoria.
O que mais me fez refletir nessa
aula de hoje foi a observação feita pela Raquel no final. Por mais louca que
possa parecer, a teoria de Freud parece fazer sentido quando tentamos aplica-la
na vida real. Mas outras teorias parecem também fazer sentido quando aplicadas.
A grande questão é que tais teorias buscam explicar algo que provavelmente
nunca saberemos realmente se é verdadeiro ou não. O que se pode fazer é aplicar
uma teoria, que pode funcionar ou não. E mesmo que funcione, não significa que
ela dá a explicação final para tal problema.
Estudo das Subjetividades – 17/12
De inicio, debatemos sobre como poder trazer as ideias do texto para a
realidade. Mais especificamente, sobre o caso da matança na escola americana
noticiada nessa semana. Nos perguntamos, “o que será que leva um individuo a
cometer um ato como esse?”. A resposta é realmente muito difícil. Uma pessoa
trouxe uma ideia muito interessante sobre a influencia da cultura do próprio
país sobre o individuo. Os EUA sempre tiveram uma cultura armamentista muito
forte, e é comum para eles verem soldados matando uma série de pessoas em
guerras e serem tidos como heróis. Isso em si já influencia a pessoa a cometer
tal ato de violência. Mas ainda assim, é necessário ir muito mais longe para
chegar a algo mais conclusivo. No próprio país atos como esse já aconteceram
diversas vezes. Em geral, o criminoso acaba tornando-se quase uma celebridade,
e tem sua história contada e recontada diversas vezes pela mídia. Por isso, acredito
ser esse um ato desesperado de alguem que quer chamar a atenção, e mostrar a
todos que está sofrendo muito. O que se tem dito é que o autor do crime era uma
pessoa comum, mas que era quieto e isolado. O isolamento em si é uma das formas
citadas por Freud para evitar o sofrimento, pois para alguns, relacionar-se com
pessoas é de um sofrimento muito grande. Porém, mesmo assim, o sofrimento irá
continuar existindo, pois a pessoa irá sentir-se invisível na sociedade. Por
isso, acredito eu ter sido esse um ato para chamar atenção ao seu sofrimento, o
qual a pessoa não conseguia mais suportar.
Para mim, esse foi o texto de
Freud que mais me chamou a atenção até o momento. Consigo observar em mim mesmo
todas as formas de escapar do sofrimento citadas por ele, em algum momento da
minha vida. Pela minha dificuldade de relacionamento, me vejo muitas vezes
buscando isolamento como forma de evitar tal sofrimento. Consigo enxergar
também a saciação e o deslocamento dos instintos como forma de obter prazer em
diversos momentos de minha vida. Mesmo o sentimento amoroso e o uso de
químicas, já utilizei como meio de fugir do sofrimento em outros momentos.
Freud diz que a vida é seguida sempre pelo principio de buscar o prazer e
evitar o sofrimento, e nesse ponto concordo completamente com ele.
Trazer as ideias de Freud para o
nosso momento atual é extremamente interessante. As formas de buscar prazer e
evitar sofrimento podem ter mudado um pouco, mas a ideia principal do texto
pode ser facilmente visualizada em nossa sociedade. Com a saída da religião
como centro da sociedade, mudamos do medo do gozo para a um estimulo ao gozo
incessante. Segundo Freud, para alguns a busca do prazer torna-se mais forte do
que evitar o prazer, enquanto para outros, o contrário é verdadeiro. E é essa a
mudança que vemos na sociedade atual. Enquanto tínhamos antigamente a religião,
que nos propunha mais evitar o sofrimento do que buscar o prazer, hoje a busca
por esse prazer é mais intensa, e mais aceita socialmente, apesar de ainda
haverem varias restrições, que vão diminuindo cada vez mais.
Estudo das
Subjetividades – 07/01
Seria o amor então um caminho para a felicidade? Acho que o amor sexual,
entre duas pessoas, traz alguma satisfação, não só pela possibilidade de
sexualizar, como traz Freud, mas dá também porque nos faz sentir mais
protegidos da solidão. Acho que temos essa tendência a nos unir em pares porque
achamos que assim não nos sentiremos sozinhos, e ninguém nos verá como alguém
solitário. Por isso mantemos nossas relações mesmo quando não há paixão. Pelo
medo de ser e parecer sozinho. Mas, como Freud mesmo coloca, o amor nos traz
satisfação, mas também nos deixa expostos ao sofrimento, Já que podemos perder
esse parceiro ou nos descobrirmos infelizes nessa relação. E além do mais,
ainda temos que encarar uma série de limitações a esse amor feitas pela
sociedade. Limitações essas que nós mesmos aceitamos e fazemos parte. Por
exemplo, esses dias assisti um seriado de TV onde havia um casal que parecia
bastante feliz, até que num momento o homem diz para sua mulher que não quer
casar-se com ela (veja bem, ele não diz que não quer ter uma relação longa com
ela, mas apenas que não quer consumar a relação numa cerimônia pública chamada
casamento). Daí então, ela resolve terminar a relação. Vejo isso como um ótimo
exemplo de como as relações amorosas são construídas de forma que parecem já
estar estabelecidas antes mesmo do casal unir-se. E parece existir a cobrança até mesmo do
próprio casal, que quer se encaixar nisso. Fugir de tais padrões provavelmente
faria o casal não só ser reprimidos de alguma forma, mas eles próprios se
sentiriam estranhos.
Bom, mas e a outra concepção de
amor que Freud traz a do amor por todos os indivíduos? Mas esse parece ser algo
tão difícil para nós. Dada a minha tendência a não acreditar na felicidade na
primeira forma citada, acho que acredito mais nessa última.
E quanto a nossa tendência a
agressividade? Ao se perguntar como a cultura inibe tal agressividade, Freud
chega a conclusões muito interessantes. Pra mim é bem claro que isso acontece
através da ameaça de punição, que pode ser desde as punições legais, da justiça
ou a ameaça da “perda de amor”, ou seja, o medo de sermos rejeitados pela
sociedade ou por parte dela. Um político corrupto, por exemplo, vai ter medo de
ser descoberto, mesmo sabendo que provavelmente nem será punido pela justiça,
mas por temer a rejeição da sociedade. Temos necessidade não só de vivermos em
sociedade, mas de nos sentirmos aceitos por ela. Por isso muitas vezes nos encaixamos
em padrões que podem parecer irracionais. Ainda mais interessante é pensar na
formação do Super-eu. Seria uma parte de nossa consciência que monitora nossos
pensamentos. Ou seja, podemos nos sentir culpados não só por nossas ações, mas
também por nossos pensamentos. O próprio conceito cristão do pecado, em geral
passa pela culpa pelos nossos pensamentos. Admito que perceber a existência de
tal parte da consciência me faz perceber o quanto de culpa sinto por tantos
pensamentos. Desde a atração sexual até os sentimentos de raiva. E esse
Super-eu pode ir mais além, dependendo do que acreditamos ser o ideal para
minha vida. Por exemplo, se acredito que não devo sentir raiva de outras
pessoas, porque isso não me faz bem, provavelmente passarei a me sentir culpado
toda vez que sentir. Mas o que isso faz é apenas aumentar esse sentimento.
Nosso problema é que não sabemos nenhuma outra forma de lidar com esses
sentimentos, então apenas os reprimimos. E quanta infelicidade isso nos gera.
Talvez seja por isso que criamos nossas mascaras e modos de agir não
verdadeiros, para esconder e não deixar que os outros percebam esses
pensamentos que consideramos errados. Daí gostarmos também de fingir que somos
felizes a todo o tempo.
Estudo das
Subjetividades – 07/01
"’Não deveria ter trabalhado tanto’, diz um dos pacientes.
‘Desejaria ter ficado em contato com meus amigos’, ‘Desejaria ter-me permitido
ser mais feliz’. Há cem anos, ou 50,
quem sabe, sem dúvida seriam outros os arrependimentos terminais. ‘Gostaria de
ter sido mais útil à minha pátria’, diria alguém. ‘Gostaria de ter deixado um
patrimônio maior para meus descendentes’, poderia suspirar o pai de família.
‘Deveria ter sido mais obediente a Deus’, confessaria um terceiro.” Esse é um
pedaço que retirei do artigo que Marcelo Coelho, “Arrependimentos terminais”,
que para mim resume bem a mudança de pensamento da sociedade do século XXI.
“Menos do que morrer com a sensação do nome limpo e do dever cumprido, morre-se
com a sensação de um ego insatisfeito.”. Vivemos agora numa sociedade onde o
mais importante para se atingir a felicidade é aproveitar os “prazeres da
vida”. E todos nós somos influenciados por isso. Me vejo naquele exemplo de
Zizek, em que o pai se orgulha por seu filho se ele se relaciona com várias mulheres,
ou se decepciona se ele parece não conseguir tal “feito”. Me lembro, por
exemplo, de uma época da minha adolescência em que eu passei a gostar muito de
ficar em casa nos fim de semana e ficar lendo. Meu pai constantemente viria me
dizer, “você tem que sair mais, curtir mais”. E aí, apesar de gostar daquilo
que fazia, me sentia, de alguma forma, culpado por não estar “curtindo” mais a
vida. Também lembro de um amigo meu, quando contei pra ele que tinha virado
vegetariano e que não ia mais beber(bebidas alcoólicas, claro). Ele dizia pra
mim, “você é louco, eu jamais faria algo como isso. Se eu to nessa vida é pra
aproveitar os prazeres que ela me dá”. Ou seja, realmente somos pressionados a
gozarmos o máximo possível desses prazeres. Como Bauman diz, não conseguimos
mais pensar em projetos de vida, em sacrificar um prazer aqui para ter algo
melhor mais à frente. Isso parece ser ideia de alguém que não aproveita a vida
que lhe foi dada.
Talvez isso se dê porque hoje nós
abominamos os conceitos antigos da igreja, que diziam que devemos sacrificar
nossos prazeres por uma vida melhor após a morte. Hoje percebemos que o que
mais importa é ser feliz em vida, e por isso queremos aproveita-la, e ser feliz
agora. Ou também pode ser uma forma de fugir daquele modo de vida que Freud
trouxe em “o mal-estar na civilização”, onde reprimíamos nossos desejos o tempo
todo. Agora vivemos o oposto disso, parece que ainda não encontramos um
equilíbrio no nosso modo de viver.
Daí então, nos forçamos a parecer
felizes o tempo todo para os outros. O grande exemplo para isso é o Facebook.
Queremos o tempo todo postar mensagens bonitas, mostrando para os outros nosso
modo de ser feliz, que eles deveriam aprender, ou colocar fotos em lugares
legais, onde estamos sorrindo. E mesmo apesar de reconhecer isso, às vezes
inconscientemente me vejo caindo nesse padrão. Nesses dias apareceu uma foto
minha com alguns amigos onde todos apareciam sorrindo, menos eu, que por algum
motivo apareci com uma expressão séria. Minha primeira reação, quase que
instintiva, foi querer retirar aquela foto da minha página, mesmo sem nem
racionalizar o motivo para aquilo. Parando para pensar, percebi então, que, na
verdade, estava me sentindo mal porque não estava parecendo estar feliz para os
outros. Bom, resolvi deixa-la, claro. Não quero me importar com o pensamento
dos outros tanto assim.
E então penso, seria o nosso
consumo excessivo um reflexo ou um produtor de tal pensamento? Porque somos
impulsionados o tempo todo, principalmente através das propagandas, a consumir
o máximo possível produtos que nos darão prazer ou nos pouparam esforços para
algum trabalho. A resposta eu não sei. Provavelmente, ambos. Será que será o
próximo passo da sociedade encontrar esse equilíbrio entre o prazer e o
sacrifício? Pessoalmente, acredito que sim, mas é apenas um palpite misturado
com esperança.
mais dois vídeos suely
no final desse vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=oucHPnTdxaE) e início desse vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=a37DLzOG82g) Suely explica um pouco o que entende por "corpo vibrátil"
Dica Suely
Pessoas
mais um texto onde Suely defende a relação entre o movimento antropofágico e o pensamento de deleuze e cia.
http://www.pucsp.br/ nucleodesubjetividade/Textos/ SUELY/Antropesquizoan.pdf
mais um texto onde Suely defende a relação entre o movimento antropofágico e o pensamento de deleuze e cia.
http://www.pucsp.br/
segunda-feira, 4 de março de 2013
Alguns conceitos para entender melhor o texto de Suely Rolnik
Alguns conceitos para entender melhor o texto de Suely
Rolnik
Retirado de ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental –
transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina/Editora UFRGS,
2011.
Desejo: “consiste no movimento de afetos e de simulação
desses afetos em certas máscaras, movimento gerado no encontro dos corpos (...)
consiste também num movimento contínuo de desencantamento, no qual, ao surgirem
novos afetos, efeito de novos encontros, certas máscaras tornam-se obsoletas;
movimentos de quebra de feitiço; afetos que não existem e máscaras que já
perderam o sentido” (p. 36)
Existem 3 movimentos do desejo.
Primeiro movimento/linha: “o dos afetos, estes não surgiam de
nenhuma espécie de individualidade dos corpos. A própria palavra afetar designa
o efeito da ação de um corpo sobre o outro, em seu encontro. Os afetos,
portanto, não só surgiram entre os corpos – vibráteis, é claro – como,
exatamente por isso, eram fluxos que arrastavam cada um desses corpos para
outros lugares, inéditos: um devir, ou seja, o que as linhas de fuga faziam na
vida das nossas personagens era, exatamente, desindividualizá-las” (p. 57)
Segundo movimento/linha: “o da simulação, era mobilizado
pela perda de sentimento de uma certa figura de mulher, bem como de suas
relações amorosas com o homem. Tratava-se de um movimento de semiotização dos
afetos desterritorializados: um impulso de atualização de uma nova figura de
mulher e suas relações amorosas. As máscaras resultantes desse movimento,
operadores que era dos afetos atuais, constituíam – e constituem -,
literalmente, as máscaras do tempo. Elas são transubjetivas” (p. 58)
Terceiro movimento/linha: é quando formava-se um aglomerado
de máscaras, constituindo novos territórios. E território, no caso, não tinha
nada a ver com nem com terra – circunscrição geográfica – nem com grupo –
circunscrição de pertencimento. Território, ali, designava máscaras, rituais,
balizas de cartografia (...), configurações mais ou menos estáveis que
atravessam terras e grupos os mais variados: são transversais, transculturais”
(p. 58).
“Às vezes pode-se dizer que as linhas são apenas duas (...):
uma linha molecular, inconsciente, invisível, ilimitada, desestabilizadora,
nômade, traçada pelas partículas soltas de afeto (...) e uma linha molar,
consciente, visível, limitada, feita de estabilidade relativa da segmentação
flexível que a simulação vai riscando em sua migração e da segmentação dura dos
territórios em seu sedentarismo” (p. 53).
Micro-política e Macro-política: “não tem nada a ver com o “grande”
(a sociedade, o Estado...o todo) e “pequeno” (o individual, o intraindividual,
o grupal...a parte, a unidade). Não se trata de uma diferença de grau, mas de
natureza. Não se trata de uma diferença de tamanho, escala ou dimensão, mas de
duas espécies radicalmente diferente de lógica. “Macro” é a política do plano
concluído pela terceira linha, do plano dos territórios: mapa. (...) Mapa só
cobre o visível. Aliás, de todo o processo de produção de desejo, só nesse
plano há visibilidade: é o único captável a olho nu. Também só nesse plano é
que individuação forma unidades e a multiplicidade, totalizações. Como havíamos
dito, a segmentação operada por essa linha vai recortando sujeitos, definidos
por oposições binárias do tipo homem/mulher, buguês/proletário, jovem/velho,
branco/negro etc” (p. 59 e 60)
“”Micro” é a política do plano gerado na primeira linha:
cartografia. O princípio da individuação, neste caso, é inteiramente outro: não
há unidades. Há apenas intensidades, com sua longitude e sua latitude; lista de
afetos não subjetivados, determinados pelos agenciamentos que o corpo faz, e,
portanto, inseparáveis de suas relações com o mundo” (p. 60)
Cartografia: “A prática de um cartógrafo diz respeito,
fundamentalmente, às estratégias das formações do desejo no campo social” (p.
65). “O que ele quer é mergulhar na geografia dos afetos e, ao mesmo tempo,
inventar pontes para fazer a sua travessia: pontes de linguagem” (p. 66)
Corpo vibrátil: é a capacidade subcortical de nosso corpo.
Nosso corpo tem duas capacidades. A cortical, “que corresponde a percepção que
nos permite apreender o mundo em suas formas para, em seguida, projetar as
representações de que dispomos, de modo a lhes atribuir sentido”. A
subcortical, “que por conta da repressão nos é mais desconhecida, nos permite
apreender a alteridade em sua condição de campo de forças vivas que nos afetam
e se fazem presentes em nosso corpo sob a forma de sensações. (...) Com ela, o
outro é uma presença que se integra à nossa textura sensível, tornando-se,
assim, parte de nós mesmos” (p. 12)
Um texto disponível na net onde o conceito de corpo vibrátil
está explicado pode ser lido em http://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/SUELY/Geopolitica.pdf
Esse texto acima é quase o mesmo do prefácio publicado na nova edição
de Cartografia sentimental.
domingo, 3 de março de 2013
vídeos suely
Companhias de nossas aulas de subjetividades amanhã:
https://www.youtube.com/ watch?v=vil8cWpGsIc
https://www.youtube.com/ watch?v=A7foT00UHYI
https://www.youtube.com/ watch?v=0UBJ9KWisaQ
https://www.youtube.com/ watch?v=apTtn-XV4-c
https://www.youtube.com/
https://www.youtube.com/
https://www.youtube.com/
https://www.youtube.com/
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